A solenidade para divulgação dos resultados e apresentação dos trabalhos do concurso linguagem expressiva do Projeto Conte Até 10 nas Escolas foi realizada na tarde da última quinta-feira, 30 de outubro, no Ministério Público do Estado de Goiás, quando foram premiados, com um minitablet cada um dos quatro trabalhos, além de entregues os respectivos certificados de participação a todos os finalistas.
A iniciativa é um desdobramento da campanha nacional “Conte até 10. Paz. Essa é a atitude, lançada há dois anos pelo Conselho Nacional do MP (CNMP) para o enfrentamento à violência por motivação fútil, cuja campanha está inserida entre as ações da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp) – uma parceria entre o CNMP, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Ministério da Justiça.
O projeto voltado para as escolas, aqui em Goiás, está sob a responsabilidade da coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação, Simone Disconsi de Sá, com a proposta de sensibilizar os jovens para o número de mortes decorrentes de conflitos banais e que poderiam ser resolvidos sem o recurso da violência e os estimular a discutir formas de reduzir esses conflitos, especialmente no ambiente escolar.
O concurso
O objetivo do concurso de linguagem expressiva é aferir os resultados práticos do conteúdo aplicado em sala de aula a respeito do projeto Conte Até 10 nas escolas, ocorrido a partir da capacitação dos professores para o trabalho da temática. O concurso foi regulamentado pelo Edital n° 031/14, elaborado em conjunto pelas entidades parceiras, prevendo a inscrição de trabalhos de alunos de todo o Estado.
Cada uma das 39 Subsecretarias Regionais de Educação, então, selecionou uma produção de linguagem expressiva que foi encaminhada para análise da Comissão Julgadora Central do Concurso, integrada por representantes do MP e do Judiciário, do Conselho Estadual de Educação, da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Enasp, além de dois professores indicados pela Secretaria Estadual de Educação.
A comissão, então, classificou 13 trabalhos que obedeceram rigorosamente os critérios previstos no edital, tais como expressividade, adequação ao tema, recursos de linguagem utilizados e emprego da língua culta padrão. Foram premiados quatro trabalhos e certificados o demais. Foram classificados 121 alunos, que receberam orientação de 13 professores. A comissão deu ênfase aos quesitos criatividade, respeito ao tema proposto, adequação social à proposta do concurso e o envolvimento dos alunos no contexto globalizado.
A premiação
O primeiro lugar ficou com os alunos da Colégio Estadual Nivo das Neves, de Caldas Novas, da Subsecretaria Regional de Morrinhos, que produziram um jingle sobre a temática, trabalho que envolveu 27 alunos do 3° D, coordenados pela professora Terezinha Aparecida Caputo. Eles criaram uma paródia humorada de uma conhecida música sertaneja dos cantores Victor e Léo, deixando como recado o convite para a harmonia entre as pessoas.
O vídeo “Somos Nota 10”, idealizado por sete alunos do Colégio Estadual José Silva Oliveira, de Inhumas, foi o segundo colocado do concurso. A orientadora foi a professora Olívia Maria Antunes Teixeira do trabalho que tratou da convivência com as diferenças, Bullying, homofobia e exclusão.
Foi premiada em terceiro lugar, com a criação do poema “Violência e Consequência”, a aluna Gabrielly Fagundes Sabino, do Colégio Estadual Martiniano de Carvalho, de Anápolis. A estudante recebeu orientação do professor Paulo Cézar Pereira.
O quarto lugar foi para 16 alunos do 1° C, do Colégio Estadual Américo Antunes, de São Luiz de Montes Belos. Sob a coordenação da professora Duciany Gomes Paiva, eles criaram um blog intitulado Américo Antunes em busca da paz, abordando a temática, em especial com a assertiva de que vale a pena lutar pela paz. (clique aqui para ver a relação de alunos dos trabalhos vencedores).
Mereceram atenção também os trabalhos inscritos pelas Subsecretarias Regionais de Educação de Aparecida de Goiânia, Campos Belos, Formosa, Goianésia, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Novo Gama e Posse. Ao todo, 54 alunos desse grupo também receberam, a exemplo dos premiados, um certificado de participação pelos trabalhos realizados. Eles produziram vídeos, fotos, textos argumentativos, música, grafite poema e visita a asilo.
As unidades que tiveram seus alunos selecionados foram os Colégios Estaduais Porfírio de Sousa França, Joaquim de Souza Fagundes, Americano do Brasil, Jalles Machado, Benedito Brás, Félix de Almeida, além dos Colégios da Polícia Militar Nestório Ribeiro, Novo Gama e Joaquim Vieira de Brito (clique aqui para os alunos classificados e orientadores).
A coordenadora do CAO da Educação, Simone Disconsi, observou ter sido uma grata surpresa a quantidade de trabalhos coletivos inscritos. “O tema tem poder agregador e mostra que a comunidade escolar se mobilizou em torno do assunto”, avaliou a promotora. O projeto foi desenvolvido em mais de 700 escolas, envolvendo diretamente cerca de 250 mil alunos. Ela destacou ainda a qualidade dos trabalhos apresentados, evidenciando a potencialidade do alunado que investiu com muita propriedade numa linguagem contemporânea, jovem.
A solenidade
O evento foi prestigiado por cerca de 200 pessoas, entre alunos inscritos no concursos, educadores, representantes das Secretarias de Segurança Pública e da Educação, Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), Ministério Público e Judiciário. Aberto pelo Coro Cênico Ciranda da Arte, o encontro entre alunos e professores finalistas trouxe para o auditório do MP uma vibração intensa poucas vezes vista na instituição. Embalados por música do Titãs, Freddie Mercury e Legião Urbana, os estudantes aguardaram com ansiedade pela divulgação dos resultados.
Muitos foram os incentivos dados pela mesa diretiva à animada plateia, sempre voltados para que a tolerância ultrapasse o ambiente escolar e que o ensinamento da não violência seja levado para a vida de cada um. “Hoje é dia de celebrar, de agradecer”, conclamou a coordenadora do CAO Educação, ao falar sobre o sonho de ver a juventude no caminho da paz proposto pelo projeto. “Precisamos de vocês, pois cada um tem um papel essencialíssimo como protagonista na promoção da paz”, acrescentou o delegado Edilson.
“A cultura da paz move o ser humano no caminho do bem e essas ações 'de raiz' transformam a sociedade”, afirmou a presidente do Conselho Estadual de Educação, Ester Carvalho, destacando a emoção sentida ao analisar cada trabalho inscrito, com a certeza que todos conseguiram atingir o objetivo.
As parcerias entre Educação, Ministério Público e Judiciário também foram referenciadas na solenidade. Ao final, o procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira, afirmou não haver metáfora que melhor represente a tolerância do que o próprio slogan da campanha - “Conte até 10”, confiante de que os mais de 250 mil alunos da rede estadual de ensino que tiveram inseridos em seu conteúdo programático essa valoração da vida coloquem efetivamente, cada um, um tijolo na construção da paz. E,em dia de festa, encerrou a parte solene da atividade, citando Renato Russo e fazendo um convite a todos - “Brigar pra que? Conte até 10”.
Participaram da mesa diretiva da cerimônia de premiação o procurador-geral de Justiça, Lauro Machado Nogueira; a chefe de gabinete da Procuradoria-Geral, Ana Maria Rodrigues da Cunha; as coordenadoras dos Centros de Apoio Operacional da Educação, da Infância e Juventude e Criminal, Simone Disconsi de Sá, Karina D'Abruzzo e Vinícius Marçal, além da diretora da ESMP, Ana Paula Antunes Vieira Nery.
Compuseram a mesa ainda a juíza Camila Nina Erbetta, representando o Tribunal de Justiça; o superintendente de Ensino Médio da Seduc, Fernando Pereira; a presidente do Conselho Estadual de Educação, Ester Galvão de Carvalho, e os representantes da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil, Edilson de Brito e Selma Bessa.
Veja aqui mais fotos do evento.
(Cristiani Honório – Fotos: João Sérgio / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)