Seu navegador não suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Pesquisador aponta o papel do Ministério Público no combate à obesidade infantil - Conselho Nacional do Ministério Público
Infância e Juventude
Publicado em 4/8/17, às 11h47.

PalestrantesA obesidade se tornou uma epidemia. Esta é a posição de Enrique Jacoby, médico, pesquisador e ex-vice-ministro da Saúde do Peru, que apresentou palestra sobre o tema durante o 8º Congresso Brasileiro de Gestão do Ministério Público. Para Enrique, a obesidade não é uma questão individual, mas uma questão de saúde pública, criada por interesses da indústria alimentícia, e que precisa ser combatida por meio de políticas públicas.

A formação de bons hábitos alimentares na infância é uma das principais armas nesse combate. De acordo com Gisele Bortolini, da Coordenação de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, uma criança obesa tem 50% de chance de se tornar um adulto obeso. As crianças são também alvo de campanhas publicitárias específicas, em que são convencidas a consumir produtos com uma apresentação amigável, muitas vezes com seus personagens favoritos na embalagem. Em 2015, o Ministério Público Federal recomendou que escolas parassem de receber ações do restaurante McDonald's, resultando em uma ação da Defensoria Pública contra a empresa por publicidade abusiva.

Enrique afirmou que, historicamente, comida e obesidade foram tratados como fenômenos separados, mas que nos últimos 50 anos há evidências incontestáveis de que a chamada "dieta ocidental" - com excesso de sal, açúcar e gordura em alimentos processados - está diretamente relacionada não só à obesidade, mas também a outros problemas de saúde, como resistência à insulina, doenças cardiovasculares e mesmo câncer. O pesquisador destacou ainda que há uma correlação direta entre a desregulamentação do mercado e o consumo de comidas ultraprocessadas.

Assim, para os palestrantes, o papel do Ministério Público está em apoiar ações regulatórias, como a implementação de rotulagem nutricional na frente das embalagens e a criação de impostos para alimentos ultraprocessados, e também na fiscalização das normas já existentes, como as que regulam a publicidade infantil e a venda de alimentos na escola. Por exemplo, o Ministro da Saúde propôs um acordo com as empresas de fast-food para que deixem de comercializar o refil de refrigerante.

10 passos para uma alimentação saudável

Orientações do Ministério da Saúde para você comer melhor:

  • Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
  • Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades
  • Limitar o consumo de alimentos processados, como conservas, queijos e pães
  • Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos, refrigerantes e salgadinhos
  • Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados
  • Fazer compras em locais que oferecem variedade de alimentos in natura ou minimamente processados
  • Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
  • Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
  • Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
  • Ser crítico quanto a propagandas sobre comida

Guia alimentar para a população brasileira

Plano de ação para a prevenção da obesidade infantil (em inglês)

Foto: Sérgio Almeida (Ascom/CNMP)

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