“Nas parcerias público-privadas, a média mundial de fechamento de acordos em negociação ambiental é de 30%, sendo que apenas 20% dos acordos fechados resultam numa relação ganha-ganha”. Essa informação foi destacada pelo professor francês Yann Duzert, nesta quinta-feira, 23 de agosto, durante o “Curso de Capacitação em Negociação em Causas Complexas Ambientais”, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Presidência do CNMP (Secretaria de Direitos Humanos), da Comissão de Meio Ambiente (CMA/CNMP) e da Unidade Nacional de Capacitação do Ministério Público (UNCMP).
Estiveram na abertura do encontro, que se estende até amanhã, 24 de agosto, a membro auxiliar da CMA, Tarcila Gomes, e o membro auxiliar da UNCMP, Marcelo de Freitas. Para receber o treinamento, os participantes passaram por um processo seletivo, que escolheu trinta nomes do Ministério Público brasileiro.
Marcelo de Freitas ressaltou que o professor Yann Duzert é um dos especialistas mais renomados do mundo na área da negociação ambiental: “Nós temos a certeza de que hoje é um dia muito proveitoso para a nossa atuação na área do meio ambiente”. Yann Duzert é PhD e um dos maiores experts mundiais em negociações ambientais, com mais de 15 livros publicados em cinco países. Possui também pós-doutorado em gestão de conflitos na área ambiental pelo Massachusetts Institute of Technology.
Duzert, por sua vez, disse que o objetivo do curso é trabalhar não apenas com contextos que os participantes enfrentam no dia a dia, mas discutir além das competências já apresentadas e detectar pontos que podem ser melhorados. “Vamos utilizar algumas ferramentas de negociação visando à alta performance. Nosso intuito é aumentar a produtividade dos membros do MP para fechar acordos por meio de ferramentas mais modernas de negociação, dando evidência às habilidades de cada um”, concluiu o professor.
O evento visa a consolidar, na área ambiental do Ministério Público brasileiro, uma política permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos de autocomposição. A medida é primordial para a adequada e eficiente resolução de conflitos complexos que geralmente envolvem danos imensuráveis, compostos por lesões difusas, coletivas e individuais homogêneas, ao meio ambiente e à sociedade.
Foto: Sérgio Almeida (Ascom/CNMP).