Com o objetivo de promover a qualidade de vida no trabalho, além de possibilitar a troca de informações sobre a saúde ocupacional e o bem-estar das pessoas, nessa sexta-feira, 2 de setembro, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) promoveu uma palestra em celebração ao Dia de Atenção à Saúde. O tema escolhido para ser debatido na data foi “Como as relações de trabalho podem interferir na saúde mental”. Para falar sobre o assunto, foi convidado o psicólogo clínico Rossandro Klinjey (foto).
Na abertura do encontro, o secretário-geral adjunto do CNMP, Rafael Meira Luz, discorreu acerca da importância do comportamento empático entre colegas de trabalho: “Todos nós precisamos olhar com cuidado para nós mesmos, porém precisamos também olhar com cuidado e atenção para os que nos rodeiam. Somos servidores públicos, e esse olhar com cuidado para os que estão ao nosso lado pode ser uma forma bonita de servir. Esses colegas que dividem conosco os espaços profissionais são tão importantes ou mais importantes do que nós mesmos, e, sem eles, o nosso trabalho não funciona”.
Em seguida, a coordenadora de Serviços de Saúde do CNMP, Ana Karine, anunciou a nova campanha institucional sobre o tema saúde mental: “Prezamos muito pela qualidade de vida no trabalho. Não apenas neste mês, mas em todo ano, vamos buscar a valorização da vida. Na próxima segunda-feira, 5 de setembro, lançaremos, em conjunto com a Secretaria de Comunicação Social do CNMP, a campanha Saúde mental: você não está só”. A campanha tem o objetivo de ajudar pessoas a identificarem o próprio sofrimento e as encoraja a procurar ajuda. A campanha estimula ainda o entendimento sobre como oferecer ajuda.
Palestra
Durante a palestra, Rossandro Klinjey trouxe teses relevantes sobre o impacto positivo da comunicação clara e humanizada, da gentileza e do sentimento de pertencimento dentro das instituições. Parte das ideias trazidas pelo estudioso são baseadas em obras por ele citadas, como "O jeito Harvard de ser feliz" (Shawn Achor), "O Futuro do Poder" (Joseph S. Nye Jr.) e "A Sociedade do Cansaço" (Byung-Chul Han).
O especialista lembrou que, nos anos oitenta, os psicólogos, psiquiatras e neurologistas previram que o século 21 traria a saúde mental como uma questão central. Segundo Klinjey, esses estudiosos apontaram que “o modelo de sociedade que nós estávamos construindo iria levar a muitos transtornos emocionais”.
O palestrante pontuou que as pesquisas internacionais sobre longevidade de felicidade identificaram que a principal variável para que as pessoas tenham uma vida longeva e feliz tem a ver sobretudo com as interrelações humanas. “Nas instituições, as relações interpessoais podem ser mais ou menos eficazes e provocar um ambiente emocionalmente mais estável ou mais instável e doloroso”, enfatizou Klinjey.
O psicólogo lembrou que, de maneira geral, os seres humanos passam mais tempo no “mundo do trabalho” do que no “mundo de casa”. Dessa forma, os sintomas de saúde mental atingem todas as pessoas em todos os níveis, inclusive “desmascarando o mito de que os líderes são imunes a um problema de saúde mental”, disse o palestrante.
O convidado apontou ainda que pesquisas revelam que 91% das pessoas nas empresas, em vários países, acreditam que cultura institucional deve apoiar a saúde mental. Portanto, a saúde mental é vista como essencial para funcionários de todos os níveis.
Sobre o palestrante
Palestrante, escritor e psicólogo clínico, Rossandro Klinjey aborda temas como saúde mental, educação emocional e autoestima. Além disso, Rossandro é especialista em educação e desenvolvimento humano, além de ser autor dos livros “As cinco faces do perdão” e “Help: me eduque!”.
Foto: Sergio Almeida (Secom/CNMP).