Vicente Falconi debate gerenciamento no Ministério Público
"Gerenciar é resolver problemas. E para isso é preciso ter metas, indicadores e controle". Foi com essa definição que o professor e consultor em gestão Vicente Falconi abriu a palestra "Gestão Pública no Brasil e no Mundo - o estado da arte" durante o 3º Congresso Brasileiro de Gestão do Ministério Público, que reúne membros e servidores do MP de todo o país. A conselheira do CNMP Maria Ester Tavares foi a moderadora.
A diferença entre o gerenciamento e a simples administração foi destaque da palestra. Para o consultor, administrar pode ser conseguir lidar com crises no dia a dia focando nos meios, mas é o gerenciamento que consegue fazer uma organização crescer, focando nos fins. "O gerenciamento desalienia as pessoas. Elas se tornam comprometidas com a parte do problema que devem segurar e passam a ser cobradas por isso", afirma Falconi.
Segundo o consultor, existe um caminho para se alcançar esse gerenciamento no Ministério Público. Como os problemas estão nos fins, a pergunta que precisa ser respondida é "Qual a função do MP na sociedade brasileira?". Com a resposta, é necessário criar indicadores para que seja possível avaliar o que está sendo entregue à população e se o tempo e a quantidade estão certos.
A partir daí, as metas devem ser desdobradas para dentro da instituição, determinando o que cada um fará. "Dessa forma, estamos embarcando em um sistema de gerenciamento. Com ele, é possível obter resultado com pouco investimento", conclui o palestrante.
Educação
Todo o desafio, para Falconi, está em priorizar a educação. "Nada disso é fácil. Com o tempo, você vai puxando a organização para um ritmo de aprendizado, lento e gradual, mas que vai se acumulando. Em alguns anos se tem um Ministério Público melhor que o de hoje", explica. Para o palestrante, uma alternativa inicial é colocar metas mais simples para o início desse processo de gestão.
O que já deu certo
Várias experiências foram apresentadas por Falconi e, no caso da gestão pública, o sucesso esteve em parcerias com chefes do poder executivo em todas as esferas. "Perto dos anos 2000, o processo de gerenciamento começou a acontecer de forma acelerada nos governos. A gestão trouxe para os governadores e prefeitos um novo recurso para entregar resultados para a população, que percebeu e deu votos em troca", lembra o consultor.
Falconi deu um panorama também sobre as empresas e órgãos onde a resistência é uma barreira importante. De acordo com o palestrante, é preciso manter a pressão pelos resultados constante e trabalhar somente com quem quer. A qualidade total, que seria a satisfação de todos os participantes do processo, é um sonho, segundo o consultor. O que dá para ser feito é um gerenciamento voltado para qualidade.
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