"Se um projeto é público, ele tem que dar certo". A afirmação é do professor americano Harold Kerzner (foto), que ministrou palestra magna na tarde desta terça-feira, 12/11, durante a abertura do 4º Congresso Brasileiro de Gestão do Ministério Público. Realizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, o evento reúne em Brasília mais de 500 membros e servidores do MP para três dias de debates e troca de experiências.
Considerado o pai da moderna gestão de projetos, Kerzner falou sobre o tema "Gerenciamento de Projetos no Setor Público". A palestra foi mediada pelo ouvidor nacional do MP, conselheiro Leonardo Faria, e teve a participação do presidente do Fórum Nacional de Gestão do MP, conselheiro Jarbas Soares, e do conselheiro Alexandre Saliba.
Kerzner apresentou as principais causas de insucesso dos projetos nos setores público e privado. Entre elas, estão a incorreta identificação do público-alvo e dos principais clientes do projeto (stakeholders); os cronogramas de execução otimistas demais, sem previsão de planos alternativos em caso de atraso nas etapas e entregas; a inexperiência dos gestores; e as dificuldades em aprender com erros do passado e em fomentar boas práticas de gestão.
A falta de planejamento também é responsável pelo insucesso de boa parte dos projetos. "No Japão, as grandes empresas gastam até 35% do tempo e do orçamento de um projeto no planejamento, com o objetivo de evitar problemas na execução", explicou.
Segundo ele, há até pouco tempo, os governos utilizavam apenas dois parâmetros para definir o sucesso de um projeto: execução do cronograma e utilização do orçamento previsto. Mas, de acordo com Kerzner, cada vez mais, amplia-se a percepção de que os projetos na área pública devem gerar valor tanto para os destinatários da ação quanto para os órgão executores das iniciativas.
O professor falou sobre a importância de mensurar itens como qualidade, reputação/imagem, valor, benefícios, risco, gestão integrada, etc. "Há métricas já desenvolvidas para fazer esse tipo de mensuração, essencial na definição de sucesso de um projeto", disse. De acordo com ele, as métricas devem ser estabelecidas de acordo com as características de cada projeto. "Se um projeto não pode ser medido, ele não pode ser gerido", concluiu.
O 4º Congresso Brasileiro de Gestão do Ministério Público ainda prevê palestras, minicursos e debates voltados para as áreas de gestão, tecnologia da informação, comunicação social e segurança institucional. Veja aqui a programação completa.
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