Paineis discutem legalidade e gerenciamento de crises nas redes sociais
Hoje, 9 de novembro, as redes sociais foram destaques da área de comunicação no 2. Congresso de Gestão do Ministério Público, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília. O especialista em direito digital Leandro Bissoli ministrou a palestra “A legalidade das redes sociais”. Já os consultores Pollyana Ferrari e Claudir Segura trataram do gerenciamento de crises nas redes sociais. As palestras foram mediadas pelo conselheiro do CNMP Adilson Gurgel.
De acordo com Bissoli, a ideia principal de redes sociais é a exposição. Por isso, as instituições devem elaborar e dar importância aos códigos de conduta e às normas de uso desses canais de comunicação.
Bissoli destacou o que se chama “tatuagem digital”, ou seja, o que se publica na internet e nas redes sociais vai ficar para sempre registrado. “Ainda mais com a instantaneidade da disseminação das informações, é impossível retirar do ar um conteúdo já escrito.”, declarou.
O especialista relatou o que considera atitudes de riscos nas redes sociais: falar de trabalho, expor vida pessoal, publicar fotografias sem autorização, praticar bullying contra colegas de trabalho, entre outras.
Leandro Bissoli concluiu que não adianta as instituições proibirem o acesso às redes sociais. “Se proibidos, os funcionários vão acessá-las pelos celulares, smartphones, entre outros meios. Por isso, tem que ensinar, capacitar, em vez de vetar”.
Além disso, o advogado alertou para as punições relacionadas às infrações digitais, como o artigo 153 do Código Penal, que determina a detenção de um a seis meses, ou multa, para quem enviar e-mail a terceiros contendo informação considerada confidencial
Gerenciamento de crises
As instituições não estão imunes às crises na redes sociais. Por isso, a consultora Pollyana Ferrari ressaltou que as assessorias de comunicação têm de estar preparadas para antecipá-las. “Não há como ficar de fora das redes. Além disso, elas funcionam 24 horas por dias, sete dias por semana. Por isso, exigem a criação de políticas digitais e o monitoramento constante”.
Já o consultor Claudir Segura destacou que as áreas de comunicação têm de estar antenadas em tudo o que está à sua volta. Mas, antes de entrar nas redes sociais, deve haver planejamento, pois há situações que poderiam ser evitadas, antecipadas ou minimizadas.
Segura salientou, também, que é preciso se recriar nas redes sociais. “Às vezes, nosso textos são tão herméticos que só nós entendemos”.
Para o consultor, os órgãos devem seguir cinco passos para engajar os funcionários nas redes: informar, consultar, envolver, colaborar e incentivar. “Para ter sucesso nas redes sociais, as pessoas têm de saber o que as instituições fazem. Assim, são fundamentais clareza nas informações e o conhecimento do público destinatário das mensagens”, concluiu Segura.