Seu navegador não suporta java script, alguns recursos estarão limitados. Em Pauta: comandante da Rotam destaca importância da atuação integrada entre Polícia Militar e Ministério Público - Conselho Nacional do Ministério Público
Capacitação
Publicado em 11/6/21, às 00h51.

em pauta“A missão da Polícia Militar é garantir a ordem pública e a missão do MP é fazer com que seja cumprido perfeitamente o ordenamento jurídico em prol da sociedade. É preciso que haja confiança e conexão entre os trabalhos da Polícia, do Ministério Público e do Judiciário”, apontou o comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), tenente-coronel Benito Franco, durante a edição dessa quinta-feira, 10 de junho, do Em Pauta. Nesta oportunidade, foi debatido o tema do enfrentamento das violentas facções criminosas e suas estruturas de guerra em um Estado Democrático de Direito.

O comandante foi entrevistado pela conselheira e presidente da Unidade Nacional de Capacitação do Ministério Público (UNCMP), Fernanda Marinela. A UNCMP é vinculada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

No início da exposição, o tenente-coronel Benito Franco pontuou que a Polícia Militar é vista pela população como uma espécie de “disque-denúncia”. Ele explicou que “o policial militar conhece bem a realidade, pois está nas ruas diariamente, conversando com as pessoas e recebendo vários tipos de informação”. Por isso, para o comandante, os policiais acabam reconhecendo o perfil dos integrantes do crime organizado em cada região, “um conhecimento acerca da atuação concreta dos criminosos”, segundo ele.   

Para entender como o recrutamento para o crime organizado ocorre, o convidado afirmou que é preciso compreender o tipo de recrutador em cada caso: “Existe um perfil de líder que consegue persuadir as pessoas oferecendo algo em troca, porém ele nunca faz o ‘trabalho sujo’. Ele precisa de pessoas que se exponham. O crime organizado é muito plural, existe uma capilaridade grande desse crime na sociedade porque é um fenômeno que gera muito lucro”, continuou a discorrer tenente-coronel Benito Franco.

Ainda no diálogo, o comandante informou que existem três tipos de criminosos recrutados pelas organizações: os que gerenciam atividades lícitas (conhecidos como “laranjas”), os que executam o serviço e os que dominam territórios. “Os jovens costumam ser o público-alvo dos recrutadores, pois são iludidos pelo acesso fácil ao poder econômico”, esclareceu ele.

O entrevistado defendeu que o Estado, para combater o crime organizado, precisa ter todas as engrenagens ajustadas. Ele ainda complementou: “Nós temos uma vantagem, que é o fato de termos um Ministério Público independente. Contudo, as dificuldades envolvem a infiltração do crime nas próprias esferas de Poder, o vazamento de informações e a existência de Estados Paralelos”.

O tenente-coronel Benito Franco concluiu sua participação afirmando: “Precisamos sempre investir em instrumentos de inteligência e tecnologia para acompanhar as nossas necessidades. Precisamos manter profissionais maduros, seguros e vocacionados”.  

Danni Sales, membro colaborador da UNCMP, ponderou: “a participação do tenente-coronel Benito Franco no programa Em Pauta do CNMP marca a inclusão da Polícia Militar brasileira no processo de capacitação e aperfeiçoamento dos membros do Ministério Público. Uma importante iniciativa que fomenta o aspecto integrativo entre instituições responsáveis pelo combate à uma criminalidade que se mostra a cada dia mais organizada”

Em Pauta

O programa virtual Em Pauta discute temas jurídicos de grande relevância e com impactos na atuação de membros do Ministério Público em todo o país.

As exibições acontecem sempre às quintas-feiras, a partir das 10 horas, pelo canal oficial do CNMP no YouTube. Na plataforma, também ficam disponíveis todas as edições do programa.

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