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Publicado em 28/6/12, às 18h14.

MP não recuará diante das ameaças no caso Cachoeira


“A ameça a um procurador da República é também uma afronta ao próprio Ministério Público.” Foi esse o tom que marcou a visita da comitiva do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a Goiânia, nesta quinta-feira, 28 de junho. O corregedor nacional do Ministério Público Jeferson Luiz Pereira Coelho e os conselheiros Mario Luiz Bonsaglia e Almino Afonso vieram avaliar as ameaças sofridas pela procuradora da República Léa Batista e prestar irrestrita solidariedade na condução dos trabalhos pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) no caso Cachoeira.

Corregedor Nacional do Ministério Público, Jeferson Luiz Coelho afirmou que o Ministério Público não recuará na persecução dos envolvidos com a quadrilha armada e que “a procuradora da República permanece no caso, bem como os demais membros do Ministério Público Federal responsáveis pelo trabalho”.

O sentimento de indignação em relação às ameaças estava expresso nas feições dos conselheiros durante a visita. Para Mario Bonsaglia, “é intolerável e inaceitável” esse tipo de coerção. “Estamos aqui para mostrar que somos uma instituição unida e apoiamos o trabalho dos procuradores da República em Goiás. Vamos respaldar a independência funcional dos membros do Ministério Público de qualquer forma”.

Em “alto e bom som”, Almino Fernandes também expressou sua indignação. “Não iremos admitir ameças à autonomia e independência do Ministério Público. Defender o trabalho dos procuradores da República é uma defesa da própria instituição. O MP é uma instituição fundamental para o Estado Democrático e não pode ser ameaçado”.

Além da visita ao MPF/GO, os conselheiros concederam entrevista coletiva à imprensa e se reuniram com o superintendente da Polícia Federal em Goiás, Joaquim Mesquita.

Ameaças

O CNMP vinha acompanhando questão junto aos procuradores desde a primeira ameça. Um primeiro e-mail apócrifo em tom ameaçador foi encaminhado à procuradora da República Léa Batista de Oliveira no dia 13 de junho. A mensagem dizia que ela havia sido “dura demais" com os envolvidos no esquema de Carlinhos Cachoeira.

Nova mensagem ameaçadora foi recebida pela procuradora da República na última semana. Na sessão do Plenário da terça-feira, 26 de junho, os conselheiros do CNMP decidiram pela ida a Goiânia, de modo a demonstrar o apoio do Conselho.


Denúncia

Em março, após um exaustivo trabalho, ela e os procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Marcelo Ribeiro de Oliveira, poucos dias depois de ter sido deflagrada a operação Monte Carlo, conseguiram protocolizar na Justiça Federal a primeira denúncia contra 80 pessoas.

O trabalho continuou, com apoio das demais instâncias do Ministério Público Federal, principalmente para assegurar que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região mantivesse as restrições impostas pela Justiça Federal em Goiás aos acusados e para assegurar a legitimidade das provas.

Outras denúncias contra o grupo criminoso ainda devem ser apresentadas à Justiça Federal. Porém, ameaças ao trabalho do MPF continuou. Na última semana, a procuradora da República Léa Batista recebeu outro e-mail, no dia 23 de junho. Dessa vez, com palavras de baixo calão, ameaçando ela e a sua família. No âmbito do MPF, no entanto, o apoio da Instituição é irrestrito.


Foto: Aldo Rizzo
Informações: Ascom Ministério Público Federal em Goiás

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